Boas Vindas

Neste cantinho você irá ler, ver e ouvir tudo aquilo que esvrevi, li, vi, ouvi e gostei deveras.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

AMIGOS

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objecto dela se divida em outros afectos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...

Muitos deles estão lendo esta crónica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.

E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os.

Adaptação
Do poeta carioca
Vinicius de Morais

MULHER MADURA


PARA TODAS AS MULHERES QUE JÁ PASSARAM DOS TRINTA E ESTÃO AINDA MAIS IRRESISTÍVEIS

Mulher madura...

A MULHER MADURA NÃO PEGA, TOCA.
Não provoca, já é PROVOCANTE.
Não é apenas inteligente, é SÁBIA.
Não se insinua, mostra o CAMINHO subtilmente.
Não se precipita, espera o MOMENTO CERTO.
Não voa, FLUTUA.
Não pensa em quantidade, prefere QUALIDADE.
Não olha, OBSERVA.
Não anda, CAMINHA.
Não dorme, ADORMECE.
Não é pretensiosa, simplesmente se GOSTA.
Não julga, ANALISA.
Não compara, ASSIMILA.
Não consola, ACALENTA.
Não acorda, DESPERTA.
Não coloca algemas, deixa LIVRE.
Não enfeitiça, ENCANTA.
Não é decidida, apenas sabe O QUE QUER.
Não é exigente, é SELECTIVA.
Não se lamenta, tenta fazer DIFERENTE.
Não tem medo, tem RECEIOS.
Não faz juras, deixa por conta do TEMPO.
Não tira conclusões, faz SUPOSIÇÕES.
Não desce do salto”, tem “JOGO DE CINTURA”.
Não brilha apenas, é ILUMINADA.
Não gosta de ser vigiada, prefere ser ESCOLTADA.
Não é moderna, é ELEGANTE.
Não quer ser cobiçada, prefere ser DESEJADA...
Não gosta... ela AMA!!!

UM PENSAMENTO DE EMERSON

quarta-feira, 4 de abril de 2012

CRÓNICA DE LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO


Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa.
Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado.
Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.

Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança. É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade. Para se conquistar um coração definitivamente tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.

Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes, que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago.

… e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele, vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.

Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração.

Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria.
Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que?
Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava.
… e é assim que se rouba um coração, fácil não?
Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade, a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então!
E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém… é simples…
é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.

Da amiga Larissa

RACISMO OU RACISTAS?

Hoje, 4 de Abril, lembrei-me também de Martin Luther King... e do seu sonho. E parando por uns instantes para ver o mundo assim de relance, conclui que já não há racismo no mundo. Somente RACISTAS, o que as antas deve ser bem pior.

TERMOS COM "CRACIA"


Acracia
Substantivo feminino
 Sistema político que não reconhece qualquer autoridade;
o m. q. anarquia
(Do gr. akratía, «falta de autoridade; fraqueza»)

Antidemocracia
Substantivo feminino
 Doutrina contrária às ideias democráticas;
 Antidemocratismo;
(De anti-+democracia)

Aristocracia
[Do gr. aristokratía.]
Substantivo feminino.
1. Tipo de organização social e política em que o governo é monopolizado por um número reduzido de pessoas privilegiadas não raro por herança.
2. Essa classe de pessoas; fidalguia, nobreza.
3. Grupo de indivíduos que se distinguem pelo saber e merecimento real; casta, nata.

Aristodemocracia
[De aristo- + democracia.]
Substantivo feminino.
1. Governo de nobre do qual o povo participa.
2. Governo exercido pela aristocracia, mas com tendências democráticas.

Autocracia
[Do gr. autokráteia.]
Substantivo feminino.
1. Governo de um príncipe, com poderes ilimitados e absolutos.
2. V. cesarismo.

Bancocracia
Substantivo feminino
Preponderância dos banqueiros nos negócios do Estado;
(De banco+gr. krátos, «domínio» +-ia)

Burocracia
[Do fr. bureaucratie.]
Substantivo feminino.
1. Administração da coisa pública por funcionário (de ministério, secretarias, repartições, etc.) sujeito a hierarquia e regulamento rígidos, e a uma rotina inflexível:
os trâmites da burocracia.
2. P. ext. Poder excessivo da burocracia (1), complicando ou tornando moroso o desempenho do serviço administrativo:
Os computadores têm simplificado muitos problemas de burocracia.
3. Grande influência ou prestígio de uma estrutura complexa de departamentos na administração da coisa pública:
A burocracia no mundo moderno vai cedendo lugar à tecnocracia.
4. A classe dos burocratas.

Burrocracia
[De burro + -cracia.]
Substantivo feminino.
1. Irôn. Deprec. Burocracia pouco esclarecida, em especial quando se consideram os seus desvios e aspectos socialmente negativos e nefastos: uso excessivo de papelada, excesso de formalidades, perda de contacto com as realidades da vida, etc.

Cafeocracia
(è-o) [De cafeo- + -cracia.]
Substantivo feminino.
1. Bras. Predomínio político dos grandes cafeicultores.

Canalhocracia
[De canalha + -o- + -cracia.]
Substantivo feminino.
1. Sistema ou preponderância da canalha (1).

Clerocracia
Substantivo feminino
Preponderância do clero nos negócios do Estado;
(Do gr. klëros, «clero» +krateín, «governar»)

-cracia
[Do gr. -kratía < gr. krátos, eos-ous, 'força'; 'poder'; 'autoridade'; 'soberania'; 'domínio'; 'governo'.]
Elemento de composição.
1. = 'poder'; 'domínio'; 'supremacia'; 'predomínio e/ou influência (de certo grupo ou elemento)'; 'sistema político ou modo de governo': teocracia (< gr.), democracia (< gr.), talassocracia, timocracia (< gr.), aristocracia, estratocracia, dulocracia, pornocracia, plutocracia, milionocracia, tecnocracia. [Note-se o valor pejorativo de certos vocábulos: canalhocracia, papelocracia, pedantocracia. V. -crata e -ia1.]

Democracia
[Do gr. demokratía.]
Substantivo feminino.
1. Governo do povo; soberania popular; democratismo. [Cf. vulgocracia.]
2. Doutrina ou regime político baseado nos princípios da soberania popular e da distribuição eqüitativa do poder, ou seja, regime de governo que se caracteriza, em essência, pela liberdade do ato eleitoral, pela divisão dos poderes e pelo controle da autoridade, i. e., dos poderes de decisão e de execução; democratismo. [Cf. (nesta acepç.) ditadura (1).]
3. País cujo regime é democrático.
4. As classes populares; povo, proletariado.

Democracia autoritária. 1. Ciênc. Pol. Sistema de governo surgido após a 1a Guerra Mundial, em geral anticomunista, firmado na supremacia do poder executivo em relação aos demais poderes.
Democracia popular. 1. Ciênc. Pol. Designação comum aos regimes políticos monopartidários dominantes nos países da área socialista. [Cf., nesta acepç., república popular.]
Democracia cristã - interpretação do conceito de democracia à luz da doutrina cristã e, principalmente, da doutrina social da Igreja Católica;
Democracia directa - situação político-administrativa em que o poder é exercido directamente pelo povo;
Democracia representativa - situação político-administrativa em que o povo governa através de representantes seus, periodicamente eleitos;
(Do gr. demokratía, «governo popular», pelo lat. democratìa-, «id.»)

Demonocracia
Substantivo feminino
Poder dos demónios;
(Do gr. daímon, «demónio» + krateía, «força»)

Dulocracia
[Do gr. doulokratía.]
Substantivo feminino.
1. Dominação exercida por escravos.

Escravocracia
[De escravo + -cracia.]
Substantivo feminino.
1. O predomínio dos escravocratas.

Estratocracia
[De estrato-2 + -cracia.]
Substantivo feminino.
1. Governo militar.
2. Supremacia do elemento militar.

Etocracia
[De eto- + -cracia.]
Substantivo feminino.
1. Forma de governo fundada na moral.

Fisiocracia
[De fisio- + -cracia; fr. physiocratie.]
Substantivo feminino.
1. Econ. Escola de pensamento econômico em voga na França no séc. XVIII, tendo em François Quesnay (1694-1774) seu principal representante, que sustentava ser a terra a única verdadeira fonte de riqueza, e defendia o liberalismo econômico.

Gerontocracia
[De geront(o)- + -cracia.]
Substantivo feminino.
1. Governo exercido por anciãos.
2. Antrop. Sociol. Sistema político baseado na autoridade decisiva dos membros mais velhos do grupo.
3. Grupo social dominante constituído por velhos:
"toda a vida será invadida, infiltrada, minada de velhos, e as gerontocracias... governarão ainda mais discricionariamente o mundo. " (Júlio Dantas, Espadas e Rosas, p. 95).

Ginecocracia
(è) [Do gr. gynaikokratía.]
Substantivo feminino.
1. Governo da mulher.
2. Predominância das mulheres na governação pública.

Hierocracia
Substantivo feminino
Governo dos sacerdotes ou a sua influência nos negócios do Estado;
(Do gr. hierós, «sacro» +krateín, «mandar» +-ia)

Mediocracia
[De medi(o)- + -cracia, com infl. de aristocracia, autocracia, democracia.]
Substantivo feminino.
1. Predomínio social das classes médias, da burguesia (2):
"Não as vá procurar [as moças] na alta sociedade...! mas indague-as cá por baixo, na mediocracia, que as há de descobrir. " (Aluísio Azevedo, Casa de Pensão, p. 49.)
2. Mesocracia.

Meritocracia
Substantivo feminino
ECONOMIA
Sistema social que se baseia na liderança exercida por pessoas de grande inteligência ou talento, em vez de se basear em riqueza ou estatuto social;

Mesocracia
[De mes(o)- + -cracia.]
Substantivo feminino.
1. Sistema social e político, ou governo, exercido ou influenciado pelas classes médias, ou pela burguesia; mediocracia.

Milionocracia
[De milione, 'milhão', + -o- + -cracia.]
Substantivo feminino.
1. Bras. Plutocracia (1 e 2).

Oclocracia
[Do gr. ochlokratía.]
Substantivo feminino.
1. Governo em que prepondera a plebe, a multidão, ou em que o poder é por ela exercido:
"Monarquia ou democracia levam aos mesmos perigos ocasionais do despotismo ou da oclocracia, o império odioso das turbas. " (João Ribeiro, Cartas Devolvidas, pp. 231-232.).

Oligocracia
(òl) [De olig(o)- + -cracia.]
Substantivo feminino.
1. Deprec. Aristocracia pouco numerosa.

Papelocracia
[De papel1 + -o- + cracia.]
Substantivo feminino.
1. Bras. Sistema ou regime burocrático que depende de papelada.

Pedantocracia
[De pedante + -o- + -cracia.]
Substantivo feminino.
1. Governo ou influência do pedantismo ou das mediocridades ambiciosas.

Plutocracia
[Do gr. ploutokratía.]
Substantivo feminino.
1. Influência do dinheiro.
2. Preponderância dos homens ricos. [Sin., bras., nessas acepç. : milionocracia.]
3. Sociol. Dominação da classe capitalista, detentora dos meios de produção, circulação e distribuição de riquezas, sobre a massa proletária, mediante um sistema político e jurídico que assegura àquela classe o controle social e econômico.

Pornocracia
[De porno- + -cracia.]
Substantivo feminino.
1. Influência das cortesãs no governo.

Sacerdocracia
Substantivo feminino
Forma de governo em que os sacerdotes dominam ou têm influência;
(Do lat. sacerdos, -otis, «sacerdote»+gr. krátos, «força» +-ia)

Social-democracia
Substantivo feminino
 Socialismo reformista praticado sobretudo nos países escandinavos com ampla aplicação do cooperativismo;
 Ideologia política que aceita o quadro político das instituições democráticas e liberais e reconhece a propriedade privada e a função do mercado;

Sociocracia
(sò) [Do fr. sociocratie (v. socio- e -cracia).]
Substantivo feminino.
1. Forma de governo teórica, em que o poder cabe à sociedade como um todo.

Talassocracia
[Do gr. thalassokratía.]
Substantivo feminino.
1. Domínio de potência marítima; império ou domínio dos mares.

Tecnocracia
[De tecno- + -cracia.]
Substantivo feminino.
1. Sistema de organização política e social baseado na predominância dos técnicos.

Teocracia
[Do gr. theokratía.]
Substantivo feminino.
1. Forma de governo em que a autoridade, emanada dos deuses ou de Deus, é exercida por seus representantes na Terra.
2. O Estado com essa forma de governo.

Timocracia
[Do gr. timokratía.]
Substantivo feminino.
1. Sistema de governo em que preponderam os ricos.

Tribunocracia
substantivo feminino
 Forma de governo em que predomina o poder judicial;
 Influência dos agentes subalternos dos tribunais;
(Do lat. tribúnu-, «tribuno»+gr. krátos, «força» +-ia)

Vulgocracia
[De vulgo1 + -cracia.]
Substantivo feminino.
1. Preponderância das classes populares. [Cf. democracia (1).]

JOVEM x MULHER

quarta-feira, 28 de março de 2012

UMA FRASE...

"O progresso é impossível sem mudanças, e os que nunca podem mudar de ideias não podem mudar o mundo, nem eles próprios "
George Bernard Shaw

UMA FRASE...

"Não deve deplorar o que não pode reparar"
Samuel Johnson

SANTOS AFRICANOS


Santo Adriano - Abade
9 de Janeiro
Santo Adriano, natural da África, viveu no final do século VI e início do século VII. Foi um estudioso das Sagradas Escrituras, conhecia grego e latim e foi professor de ciências eclesiásticas e humanas. Grande amigo de São Teodoro, arcebispo da Inglaterra, acompanhou-o numa viagem a esse país.
Santo Adriano viveu na Inglaterra por 39 anos, dedicando sua vida inteiramente ao serviço da Igreja. Foi abade do mosteiro de São Pedro de Canterbury. Guia espiritual cheio de sabedoria de Deus, a muitos iluminou com o seu exemplo de vida. Morreu no ano de 710.

Santo Antão
17 de Janeiro
"Aquele que senta-se em solicitude e quietude escapou de três batalhas: ouvindo, falando e vendo. Mas mesmo assim ele tem uma constante guerra: no seu próprio coração."
"O demónio teme a humildade, o bom trabalho e o jejum. Ele não consegue impedir a minha boca de falar contra ele. A ilusão do demónio logo desvanece, especialmente se o homem se arma com o Sinal da Cruz. O demónio treme ao Sinal da Cruz de Nosso Senhor porque a Cruz é o triunfo sobre o mal e assim o desarma."
Foi um dos fundadores do monastério e é também chamado de Antônio do Egipto. Ele nasceu em Fayum, no Alto Egipto perto de Heracleopolis Magna, cerca de 251. Ele tinha 20 anos quando seus pais faleceram e ele herdou os bens da família. Em pouco tempo deu tudo que possuía, colocou sua irmã em um convento e iniciou uma vida de eremita, vivia em uma antiga tumba perto de sua vila. Após 15 anos de orações, durante um tempo que sofreu vários assaltos dos demónios e tentações, Antão foi para uma montanha em Pispir (agora Deir el-Memum) e ficou lá, em uma vida solitária por 20 anos. Pessoas que o apoiavam atiravam comida sobre a parede do forte, mantendo-o vivo mas nunca viam sua face. Vagarosamente, outros construíram uma comunidade em cavernas ou cabanas por perto. Eles pediam a Antão que saísse de sua reclusão para dirigir a suas preces e dar os seus conselhos e lições. Em 305 d.C., Antão emergiu com grande vigor e saúde. Ele ficou com os eremitas por 5 anos, regulamentando o trabalho comunitário, as orações e as penitencias. Então ele foi para um deserto entre o Nilo e o Mar Vermelho em um local chamada Monte Kalzim. Um monastério, chamado Diem Mar Antonios, foi erigido neste local. Este período de reclusão não era tão restrito quanto os anteriores, pois Antônio foi para Alexandria em 311 confortar os mártires das perseguições que estava acontecendo na época e ele voltou anos mais tarde para argumentar vigorosamente contra a heresia ariana lado a lado com São Atanásio de Alexandria. Antão não estava sozinho no deserto. Ele tinha companhia e discípulos. Antão ficou conhecido como um homem bom, generoso, corajoso, com bom senso, leal e sem nenhum excesso e ostentação. São Atanásio tem o crédito de ter feito a biografia de Antão que conta os detalhes de suas provações, sofrimentos e milagres. Antão era amigo de São Paulo de Tebas, chamado de o "eremita" que recebia meio pão por dia dos corvos. Diz a tradição que quando Antão foi visitá-lo, os corvos trouxeram um pão inteiro. O Imperador Constantino, o grande (323-337) era um dos milhares que procuravam Antão para ensinamentos e inspiração.
Antão escreveu várias cartas e sermões para jovens eremitas. A vida de Antônio, descrita por São Atanásio também salva muitos dos sermões e discursos dele. Uma regra monástica, datada daquela era, é creditada como tendo os seus ideais, suas ideias e suas crenças. Antão morreu em 17 de Janeiro de 365 (com 105 anos) e foi enterrado em uma cova não marcada conforme seu pedido, mas em 561 suas relíquias foram descobertas e foi trasladado para Alexandria e depois a Constantinopla.

Santa Felicidade e Santa Perpétua - Mártires
7 de Março
As duas santas foram martirizadas em 7 de Março de 203, na cidade de Cartago, por ordem do imperador romano Sétimo Severo, que havia proibido a conversão de cristãos. Em consequência deste decreto, cinco catecúmenos foram caçados e presos em Cartago: Perpétua, uma jovem casada de origem nobre; a escrava Felicidade e seu companheiro Revocatus; Saturnino e Secundulus. A seguir se juntou ao grupo Saturus, que se declarou cristão perante o júri. Antes de serem enviados para a prisão, os cinco catecúmenos foram baptizados. Uma visão indicou a Perpétua que seu martírio estava próximo. Seu pai, pagão, tentou convencê-la renegar sua fé para escapar do martírio, mas foi em vão. O julgamento correu com o procurador Hilariano e os seis confessaram sua fé cristã. Novamente o pai de Perpétua, com o filho dela nos braços, tenta convencê-la a abandonar a fé, com ajuda do procurador, mas ela continua irredutível. Os cristãos foram condenados a serem despedaçados por feras e eles agradeceram a Deus pelo martírio. Santa Perpétua teve visões de seu irmão mais novo ficando mais feliz e saudável. Em outra visão ela se viu conquistando um etíope selvagem, o que a fez acreditar que ela não iria lutar com animais mais sim com o demónio. Saturus também escreveu suas visões, onde ele viu a si mesmo e a Perpétua sendo carregados por anjos para um jardim, onde eles encontrariam outros africanos martirizados na mesma perseguição. Os cristãos iriam para a arena com os animais em jogos realizados durante as comemorações de aniversário do imperador Geta. Secundulus morreu na prisão. Felicidade, que ao ser presa estava com oito meses de gravidez, deu a luz na prisão dois dias antes da data dos jogos e a criança foi adoptada por uma cristã. No dia 7 de Março, eles foram levados para o anfiteatro. A pedido da multidão pagã eles foram chicoteados e um porco selvagem, um urso e um leopardo foram atrás dos homens e uma vaca selvagem, das mulheres. Feridos pelos animais, foram decapitados. Os corpos estão enterrados em Cartago, embaixo da Basílica Majorum. Os nomes de Santa Felicidade e Perpétua foram incluídos no cânon da missa.

São Serapião, o Escolástico
20 de Março
Também conhecido como Serapião de Thmuis. Ele era um monge egípcio de grande erudição e muito inteligente. Por certo período ele dirigiu a famosa Escola de Catecismo da Alexandria, mas renunciou de modo a ter mais tempo para as orações e reflexões. Assim, ainda jovem, ele era discípulo de Santo Antônio, o Abade no deserto e foi um grande incentivador de Santo Atanásio, que nos conta isso em seu livro "A vida de Antônio". Nos conta ainda que Serapião visitou Antônio e discutiam vários assunto de alto teor teológico e complexidade e quando Antônio faleceu, deixou para Serapião a sua túnica.
Anos mais tarde, quando Serapião foi consagrado Bispo de Thmuis (perto de Disopolis) no delta do Rio Nilo, ele se tornou uma figura líder nos assuntos eclesiásticos. Ele foi um vigoroso oponente do Arianismo (doutrina que dizia que o Filho não era consubstanciado com o Pai).
Por isso ele foi banido pelo Imperador Constantino, mas foi chamado de o "grande confessor" por São Jerónimo. Tão logo a blasfémia do Macedonismo apareceu, Serapião vigorosamente se opôs a negação da Divindade do Espírito Santo e informou Atanásio, que logo em seguida escreveu contra isso em quatro cartas dirigidas a Serapião em 359 DC (enquanto Atanásio estava escondido no deserto).
Serapião também escreveu um excelente livro contra o Maniqueismo.
Escreveu várias cartas e tratados sobre os Salmos que são citados por São Jerónimo, mas que se perderam com o tempo.
Acima de tudo São Serapião tornou-se conhecido por causa de um escrito sacramentário de sua autoria chamado "Euchologion" que foi descoberto e publicado em 1899. Esta colecção de orações litúrgicas foi traduzido para várias línguas, inclusive o inglês e era destinado primeiramente aos bispos. Não obstante, é muito usado pelo público em geral em todo o Leste e no Egipto.
São Serapião faleceu em 370 d.C.

Santa Maria, Mãe do Egipto
1 de Abril
A memória desta mãe santa da África é celebrada por todo o mundo. Ela nasceu em Alexandria no 5º século, e durante doze anos, ela teria vivido como uma prostituta. Um dia, ela viu uma multidão de pessoas se dirigindo às docas e questionou seu destino e propósito. Alguém lhe explicou que iam para Jerusalém à Igreja do Sepulcro Santo para venerar a Cruz verdadeira.
Maria decidiu acompanhar aquelas pessoas e ofereceu seu corpo em troca da passagem. Quando ela chegou a Jerusalém, tentou entrar na igreja, mas alguma coisa a impediu; ela tentou várias vezes sem sucesso. Logo percebeu que por causa de sua vida pecaminosa não conseguia entrar. Chorando, veio para ela o verdadeiro arrependimento e prometeu a Deus se com isso estava permitida a venerar a Cruz Santa, com isso deixou seus caminhos velhos. Maria foi então capaz de entrar na igreja. Depois, o Espírito Santo a conduziu ao outro lado da Jordânia e ao deserto, onde gastou 47 anos lutados contra suas paixões e arrependendo-se de sua vida antiga.
Um monge venerável a encontrou no deserto e compôs a sua história. Ele, por sua vez, o relatou a outros. Santa Maria morreu em 522. A Igreja a honra no 1º de Abril e especialmente no 5º Domingo de Quaresma.

Santo Atanásio de Alexandria
2 de Maio
Chegou o dia em que a Igreja se viu livre da perseguição mortal dos pagãos. Era o ano 313 e o famoso Edito de Milão transformou o cristianismo de perseguido a favorecido pelos imperadores. Mas a luta não terminou, pois na mesma época a semente da discórdia foi plantada no interior do catolicismo com a heresia do arianismo. Foi então que a fé extrema e a dedicação na defesa da divindade de Cristo transformaram Santo Atanásio, o bispo de Alexandria, no mais vigoroso combatente dos hereges.
Atanásio nasceu no Egipto em 296, filho da cidade da qual seria o bispo mais lembrado. Ainda adolescente foi considerado um dos homens mais inteligentes de Alexandria entre os génios que ali vivam. Ingressou na Igreja por meio do bispo Alexandre. Na qualidade de seu assessor especial, embora fosse apenas diácono, Atanásio participou do Concílio de Niceia, em 325, e passou para a história.
Em todos os registos sobre esse concílio, que definiu o arianismo como heresia, o nome de Atanásio é o mais citado.
O arianismo negava a santidade de Jesus. Considerava-o apenas "uma criatura do Pai" e não parte Dele, equivalente a Ele. Atanásio foi um dos responsáveis na luta para que a Igreja retomasse o caminho apontado e definido pelos Apóstolos. Conta-se que seus discursos empolgantes, com uma argumentação bíblica brilhante e a lucidez de sua doutrina foram essenciais na defesa e manutenção da ortodoxia. Apontou um por um os erros históricos e dogmáticos dos hereges, conquistando a vitória para a causa católica e, consequentemente o ódio profundo dos arianos.
Quando morreu o bispo Alexandre, tanto o povo como o clero apontaram Atanásio como seu sucessor. Seu bispado durou quarenta e seis anos recheados de perseguição e sofrimento. Apoiados pelo imperador, os arianos espalharam calúnias incríveis. Atanásio sofreu cinco exílios seguidos, intercalados com fugas e desterros de vontade própria, que suportou com paciência e determinação. Foi assim que conheceu Santo Antão, de quem escreveu a biografia, contando também como era a vida monástica no deserto, o que atraiu muitos cristãos aos mosteiros eremitas.
Santo Atanásio morreu com setenta e sete anos, recebendo logo depois o título de "Doutor da Igreja".

São Vítor
8 de Maio
O nome deste Santo, Vítor, significa vitorioso, e assim foi a vida deste cristão que, pelo martírio venceu o bom combate da fé. Temos na história da Igreja cerca de 35 santos com este nome, mas contemplaremos aquele vitorioso que nasceu em Marrocos no século III.
São Vítor era cristão desde a infância e quando chegou até uma certa idade entrou para o exército de Maximiano, que por sua vez tinha inimigos comuns com o imperador Diocleciano. Aconteceu que Maximiano e Diocleciano começaram a movimentar os seus exércitos para uma batalha, mas para isto era preciso que os soldados firmassem fidelidade através dos sacrifícios aos deuses, neste momento muitos recusaram prestar culto, pois como cristãos adoravam a um só Deus.
São Vítor quanto a sua posição foi interrogado, ameaçado, queimado com chumbo derretido e por fim decapitado em Milão no ano de 303. Os mártires, como São Vítor, mostraram-nos que a santidade não supõe obedecer cegamente as autoridades, mas ser fiel aos homens na medida que não afecte a obediência maior que devemos para com Deus.

São Pacómio
9 de Maio
São Pacômio nasceu em 287 no Alto Egipto, filho de pais pagãos. Tendo ingressado no exército aos 20 anos foi feito prisioneiro em Tebas. Protegidos pela escuridão, alguns cristãos levaram-lhe um prato de comida. Comovido, Pacômio quis saber quem lhes ordenara fazer aquilo. "O Deus dos Céus", foi a resposta.
Resolveu então orar ao Deus dos cristãos pedindo-lhe que o libertasse em troca da sua devoção. Obtida a liberdade, cumpriu a promessa e ingressou numa comunidade religiosa cristã, onde recebeu o baptismo.
Inovou a vida monástica introduzindo o cenobitismo ou vida comum baseada na disciplina e na autoridade, substituindo assim a anarquia dos anacoretas. Em suas peregrinações pelo deserto, escutou uma voz misteriosa que o convidava a fixar a sua morada naquele lugar. Retirou-se então a uma vida de oração, mas não tardaram a ali chegar numerosos discípulos.
Por ocasião de sua morte, já havia nove mosteiros masculinos e um feminino que usavam seu modo de vida e oração.

Santa Sara Kali
24 de Maio
Por volta dos anos 50 d.C., uma embarcação cruzou os mares a partir de terras palestinas levando a bordo para fugir das perseguições de Roma aos primeiros cristãos, um grupo de personagens bíblicos: Maria Jacobina ou Jacobé, Maria Salomé, mãe dos apóstolos Tiago e João, Maria Madalena, Marta, Lázaro, Maximinio e Sara, uma negra serva das mulheres santas. Eles foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem provisões. Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar. Aí, então, Sara retira o diklô (lenço) da cabeça, chama por Kristesko (Jesus Cristo) e promete que se todos se salvassem ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito. Milagrosamente, a barca sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessou o oceano e aportou com todos a salvos em Petit-Rhône, hoje a tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer.
Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias, então nasceu a tradição de toda mulher cigana casada usar um lenço que é a peça mais importante do seu vestuário Kali, em sânscrito quer dizer negra, e foi acrescentado ao seu nome devido a cor bem morena de sua pele.
Sua história e milagres a fez Padroeira Universal do Povo Cigano, sendo festejada todos os anos nos dias 24 e 25 de Maio. Ocorre procissão e festejos com banhos no mar. A imagem de Santa Sara é vestida de azul, rosa, branco e dourado, adornada de flores, jóias e lenços coloridos e levada para as águas do mar. Após o banho de mar, a imagem volta ao altar onde os que participaram da procissão possam pedir suas graças.
Muitos buscam nos olhos de Santa Sara a obtenção das graças, pois nos olhos de Santa Sara, tudo está contido: a força de Deus, a força da mãe, a força do amor da irmã e da mulher, a força das mãos, a energia, o sorriso, a magia do toque e a paz. E assim, todos que buscam graças no seu olhar, retornam sempre aos pés de Santa Sara para agradecer. Embora seja uma santa da igreja católica canonizada em 1712, até hoje a própria Igreja omite o seu culto. Além de trazer saúde e prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar.
Muitas que não conseguiam ter filhos faziam promessas a ela, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mer no sul da França, fariam uma noite de vigília e depositariam em seus pés como oferenda um diklô, o mais bonito que encontrassem. E lá existem centenas de lenços, como prova que muitas ciganas receberam esta graça.

Santos Carlos Lwanga e Companheiros
3 de Junho
Celebramos a memória destes grandes Mártires que, na África, testemunharam o nome de Jesus. Carlos Lwanga era chefe dos pajens que serviam na corte do rei Muanga da Unganda. Acontece que a entrada da evangelização na África sofreu muito pelas invasões dos homens brancos, por isso os missionários tinham que ser homens verdadeiramente de Deus, ou seja, de caridade, pois facilmente eram confundidos com colonizadores. Depois da entrada dos padres que fizeram um lindo trabalho de evangelização que atingiu Carlos Lwanga e outros, o rei se revoltou e decretou pena de morte para os que rezassem. São Carlos, depois de muito se preparar como seus companheiros, se apresentou diante do rei com o firme propósito de não negarem a fé, por isso foi queimado vivo diante de todos. Seguindo o irmão na fé nenhum deles recusou até que em 1887 o último deles morreu afogado, como parte dos corajosos mártires da Unganda na África.

São Cirilo da Alexandria
9 de Junho
Nasceu em Alexandria, Egipto em 376 e era o sobrinho do Patriarca da Alexandria Theophilus e foi bem educado e ordenado por ele. Em 403 acompanhou seu tio a Constantinopla (moderna Istambul, Turquia) onde eles atenderam o Sínodo de Oak, no qual São João Crisostomo foi deposto. Quando Theophilus morreu em 412, Cirilo o sucedeu. Cirilo começou seu reinado fechando igrejas de seitas hereges, por exemplo, os novatinistas. Ele expulsou os judeus da Alexandria e teve vários desentendimentos com Orestes, o governador da cidade. Em 430, ele condenou o herege Nestórius na Alexandria e convenceu o Papa São Celestino (422-432) a convocar um Concílio em Roma. Em 431, a pedido do Papa, ele presidiu o Consilho de Éfesus. Lá, condenou Nestórius, mas foi deposto pelo Arcebispo João da Antióquia e seus seguidores. Cirilo e Nestorius foram presos, mas o Imperador Theodosius II (408-450) soltou Cirilo devido a intervenção papal. Nestorius foi mais tarde condenado por todas as facções.
São Cirilo da Alexandria é muito respeitado pelos seus escritos sobre a "Encarnação de Jesus e a Trindade". Treinado na tradição alexandrina, ele é lembrado como um dos mais brilhantes escolares da cidade. Escreveu comentários sobre os Evangelhos de São Lucas e de São João e outras escrituras, bem como cartas-sermões, uma tese contra os Galileas e uma contestação ao " Tratado contra os Cristãos" do Imperador Juliano, o opóstata (361-363) que é considerado um dos grandes trabalhos apostólicos da época sobre a fé cristã.
Faleceu em 444 de causas naturais.
Ele foi declarado Doutor da Igreja pelo Papa Leão XIII (1878-1903).
Tornou-se o patrono de Alexandria e o Pai da Igreja Grega.
Sua festa é celebrada no dia 9 de junho, mas no Leste é celebrada no dia 9 de fevereiro.

Santa Mónica
27 de Agosto
Mónica foi uma santa que nos provou com sua vida que realmente "tudo pode ser mudado pela força da oração". Santa Mónica nasceu no norte da África em Tagaste no ano 332 D.C., numa família cristã que lhe entregou, segundo o costume, como esposa de um jovem chamado Patrício.
Como boa cristã, Mónica preocupava-se com a conversão de sua família, por isto consumiu-se na oração pelo esposo violento, rude, pagão e, principalmente, pelo desviado filho mais velho: Agostinho. A história nos testemunha as inúmeras preces, ultrajes e sofrimentos que Santa Mónica passou para ver a conversão e Baptismo tanto de seu esposo quanto daquele que lhe mereceu o conselho: "Continue a rezar, pois é impossível que se perca um filho de tantas lágrimas".
Santa Mónica, que teve três filhos, passou a interceder por Agostinho, o qual dotado de muita inteligência e uma inquieta busca da verdade, resolveu procurar as respostas e felicidade fora da Igreja de Cristo; por isso se envolveu em meias verdades e mentiras. Contudo, Santa Mónica intercedeu com tanto amor e ardor durante muito tempo e antes de morrer com 55 anos de idade, ela mesma disse ao filho, agora católico: "Uma única coisa me fazia desejar viver ainda um pouco, ver-te cristão antes de morrer", e por isso o Bispo e Doutor da Igreja, Santo Agostinho, pôde escrever : "Ela me gerou seja na sua carne para que eu viesse à luz do tempo, seja com o seu coração para que eu nascesse à luz da eternidade".

Santo Moses
28 de Agosto
O Santo Moses era negro, líder e um ladrão de um grupo da África antiga. Entretanto, transformou-se um modelo da transformação. Esta é uma das histórias inspirada entre os santos africanos.
Moses, um escravo fugitivo, era o líder de um grupo de 75 salteadores. Era um homem grande e poderoso, que com seu grupo aterrorizava a região inteira. Moses foi transformado depois que e seu grupo atacaram um monge, pretendendo roubá-lo. Foi surpreendido com o apelo de abade, cuja maneira calma e morna o oprimiu. Sentiu imediatamente o remorso de todo seu passado, arrependido, implorou-o para permanecer no mosteiro.
Moses foi torturado por seu passado e, por anos, tentou retornar a suas maneiras velhas, mas sempre lutando contra isso. Um dia, porque confessou seus pecados a Santo Macarius, um anjo apareceu com uma tabuleta cheia de seus pecados. Como confessou, o anjo começou a limpar a tabuleta . Quanto mais confessava, mais o anjo ia limpando, até que no fim ele estava completamente limpo. Após a vivencia com São Macarius e Santo Isidore, Moses deixou completamente as maneiras velhas para atrás e transformou-se em um monge.
Mais tarde, Santo Moses ordenou-se sacerdote - uma honra rara entre os pais do deserto - e foi fundado, um mosteiro com 75 monges, o mesmo número que de seu grupo anterior de ladrões. Foi conhecido por sua sabedoria, humildade, amor, e por não julgar as pessoas. Uma vez que um irmão cometera um pecado particular, e um abade pediu a São Moses para vir à igreja e para render o acusado ao julgamento. Fora então carregando um saco com areia que conforme caminhava a areia ia se perdendo. Quando chegou, os irmãos perguntaram-lhe porque carregava tal coisa. Disse simplesmente, "esta areia é meus pecados que estão ficando para fora atrás de mim, quando eu for julgar os pecados de outros." Nessa resposta, os irmãos perdoaram o ofensor e retornaram a focalizar em seu próprio pecado que eram maior do que aos pecados de seu irmão.
Em 405 A.D., na idade de 75 anos, o Santo Moses sofreu a morte de um mártir, quando seu mosteiro foi atacado por um grupo de bárbaros. É recordado no dia 28 de Agosto. É considerado hoje o santo patrono de americanos africanos. O Santo Moses, rogai a Deus por nós!

Santo Agostinho
28 de Agosto
Agostinho nasceu em Tagaste (atual Souk Ahras), Argélia (África), no dia 13 de Novembro de 354. Seus pais foram Patrício e Mónica (Santa Mônica). Seus irmãos, Navígio e Perpétua. Ainda adolescente, estudou em Tagaste e Madaura. Agostinho chega a Cartago pelo final de 370 ou no começo de 371. Lá seu temperamento fogoso lançou-o a busca desesperada de prazeres. Nos anos de 372 e 373, como consequência da leitura do "Hortênsio" de Cícero, se dedica a filosofia e a prática do maniqueísmo, Agostinho começa a busca apaixonada da verdade. Vislumbrava que existem valores além dos terrenos (dinheiro, sexo, poder e glória).
Começa uma fase nova de sua vida inquieta: nada o satisfaz. Do ano 373 a 385, Agostinho participa das actividades educativas: é professor e orador oficial. Nestes anos de sua vida enfrenta agitadas lutas interiores. Em 386 lê as Cartas de São Paulo. Impelido por sua mãe, Agostinho foi visitar Simpliciano, virtuoso sacerdote de Milão, que lhe animou a seguir o exemplo do convertido Vitorino, que havia traduzido os livros de Platão. Poucos dias depois chegou a casa de Agostinho seu antigo amigo de Tagaste, Ponticiano. Referiu-lhe a conversão de Santo Antônio, monge do Egipto, e o caso ressonante de alguns cavaleiros, que lendo a sua vida, se entregaram a Deus na solidão. Agostinho estava comovido. Impossível resistir mais. Sentia-se invadido plenamente pela presença de Deus.
O episódio da conversão de Agostinho acontece no ano 386. Em seu desespero, refugia-se num lugar de remanso, num jardim de Milão. Foi o momento de maior angústia, quando sentia mais intensamente sua fragilidade humana e nenhuma luz iluminava seu caminho. Sucedeu o inesperado: a conversão a Deus. As lágrimas da mãe tinham triunfado. O coração de Mónica, neste momento treme de Alegria e vibra de felicidade. Cumpriram-se assim os presságios do santo bispo, Ambrósio que um dia lhe dissera: "É impossível que pereça o filho de tantas lágrimas!" (confissões 3,12).
Aproximadamente um ano depois da morte de sua mãe Mónica (388), Agostinho volta a África. E, do ano 388 a 391, desprende-se de tudo, os laços do poder, da cadeira de retórica para viver intensamente o evangelho com seus amigos em Tagaste. Em 391 é ordenado sacerdote, e mais tarde, bispo. Na comunidade que fundou com seus amigos em Cassiacíaco, Agostinho busca maior crescimento através da união mais íntima com Deus e a vida em comunidade.
As necessidades do povo fazem com que ele também partilhe os dons recebidos e, através do povo, multiplique nele suas graças. Agostinho tinha necessidade de comunicar a todos a verdade. É o que ele fez até a hora da morte no ano 430. Como escritor deixou 118 obras, 270 cartas, 373 sermões, que serviriam de fonte de inspiração para milhões de estudiosos, cristãos e não cristãos, dos séculos posteriores.
A actualidade de Santo Agostinho é hoje tão grande, que o Concílio Ecuménico Vaticano II o citou mais de 600 vezes e pelo menos 300 congregações religiosas adoptaram a regra agostiniana de vida comunitária.
Sua festa é celebrada no dia 28 de Agosto.

Santa Verena
1 de Setembro
Santa Verena virgem veio do Egipto Superior e seguiu as tropas para Europa. Ela viveu em Milão na casa de um homem santo nomeado Maximus por uns anos, visitando os presos e os consolados. Quando ela ouviu falar do martírio do Vencedor da R. de Soluthurn, da legião de Theban, ela cruzou os Alpes para Aguanum e ficou na casa de um Theban fugitivo não longe dali.
Depois, Santa Verena refugiou-se em uma caverna estreita onde ela gastou seu tempo em oração e arrependimento. Ela suportou duros trabalhos. Tornando-se sábia, acabou sendo mãe espiritual a muitos, especialmente moças jovens. Ocorreram muitas mudanças por suas orações. Ela restaurou a vista e até ensinou as santas práticas. Finalmente, quando mais pessoas souberam dela, as autoridades Romanas a prenderam. São Maurício apareceu a ela na prisão para seu consolo. Finalmente, foi liberada após curar o governador Romano e fugiu para uma pequena ilha. Estando lá libertou a ilha de serpentes, cuidou de doentes, curou cegos e coxos.
Depois foi para Tenedo (Zurzach) e fundou uma igreja o qual dedicou à Mãe de Deus. Ela passou a viver na casa do sacerdote local, mas devido a confiança que o sacerdote tinha a ela gerou ciúmes nos fiéis da aldeia. Apesar disto, ela cuidou dos pobres, limpado os leprosos, e sendo leal aos necessitados. Devido às calúnias dos ciumentos, ela e o sacerdote construíram uma cela secreta, onde ela viveu permanecendo durante onze anos em oração e curando as pessoas que vinham até ela. Sua cela mais tarde virou um santuário e o lugar mais frequentado de peregrinação nessa região.

São Pedro Claver
9 de Setembro
Nasceu em Verdu, perto de Barcelona em 1580, e logo foi estudar na Universidade de Barcelona e após se formar, entrou para a Companhia de Jesus em Tarrafona no ano de 1602. Enviado para estudar em Maiorca, conheceu e foi influenciado por Santo Afonso Rodrigues que o convenceu a embarcar com os missionários para trabalhar nas colónias espanholas do Novo Mundo. Ao chegar em Cartagena, hoje Colômbia, encontrou grande número de escravos da África Ocidental que tinham sido trazidos para as Américas para trabalharem nas colónias espanholas. Seu trabalho era tão desumano e as condições da escravatura tão terríveis que Pedro prometeu "ser para sempre o escravo dos negros."
Ele ficou os anos que se seguiram trabalhando pelo bem dos escravos e sofreu as mais variadas humilhações e resistência dos oficiais locais e dos membros da sociedade colonial espanhola. Regularmente, Pedro ia para os navios superlotados com escravos, que possuíam as mais variadas doenças, para levar comida a eles e tratar dos doentes. Também defendia os direitos dos negros como seres humanos. É estimado que ele tenha baptizado cerca de 300.000 africanos.
Veio a falecer em 9 de Setembro de 1654. Beatificado pelo Papa Pio IX em 1850 e depois canonizado em 15 de Fevereiro de 1888 pelo Papa Leão XIII. Em 1896, São Pedro Claver, foi indicado como o padroeiro das missões católicas entre os negros.

São Marcelino de Cartago - Mártir
13 de Setembro
São Marcelino nasceu em Cartago, África no século V. Espiritualidade de São Marcelino data do século III. Era muito amigo de santo Agostinho e um alto funcionário do Império. Nessa época a Numídia se encontrava contra a África proconsular, os proletários contra proprietários romanos. Marcelino era tabelião e trabalhava no tribunal. Bom pai de família, cristão exemplar, Santo Agostinho costumava dizer que era amigo de um homem notável. Por diversas vezes são Marcelino se dirigiu a Santo Agostinho para obter esclarecimentos sobre pontos que julgava controvertidos da doutrina cristã. Os donatistas acusaram injustamente São Marcelino de cumplicidade com o usurpador Heracliano, o que fez o conde Marino em 13 de Setembro condená-lo à morte. Passado um ano, o próprio imperador reconheceu o erro da justiça romana e todas as decisões de Marcelino foram aprovadas. A Igreja passou a honrá-lo como mártir, pois morreu duramente em 411.

São Cipriano de Cartago
16 de Setembro
Thascius Cecilianus Cyprianus, nasceu na África em torno do ano de 200. Sendo pagão, tornou-se um advogado, professor e muito conhecido pela sua eloquência em defender seus pontos de vista nos tribunais. Ele foi convertido ao cristianismo por Caecilius, um velho sacerdote, em 246 e tronou-se um renomado especialista em textos bíblicos. Em 248, Cipriano tornou-se bispo de Cartago, hoje moderna Tunísia, mas teve que fugir logo depois para escapar à perseguição que se seguiu aos cristãos. Um padre chamado Novatus provocou considerável dificuldade sobre o papel dos "lapsis", (cristãos que renunciavam a sua fé para escapar a tortura e a morte). Cipriano conseguiu reunir um Concílio em Cartago em 251 e nele o seu grande trabalho chamado "De Catholicae Ecclesiase Unitate" foi lido.
Quando Cartago foi atingida pela praga em 252, Cipriano trabalhou para ajudar as vítimas, mas foi acusado, juntamente com os cristãos, de terem sido culpados pela epidemia e, assim, foram odiados pela população. Cipriano escreveu "De Mortalite" para consolar os cristãos naquele tempo de duros reveses. Pouco tempo depois, ele se opôs a política do baptismo do Papa Esteves (254-257). Cipriano escreveu ao Papa sobre a necessidade de rebatizar os cristãos, entretanto um decreto imperial proibindo aos cristãos de se reunirem, iniciou uma perseguição pelo Imperador Valeriano (253-260). Cipriano foi preso e ordenado a participar das cerimonias religiosas pagãs oficias do Estado. Quando ele se recusou, foi exilado em uma cidade há 75 km de Cartago. Em 258, Cipriano foi julgado por Calerius Máximo, um procônsul que ordenou que ele fosse decapitado no dia 14 de Setembro. Os "Actos do Martírio" são detalhados. Ele foi pioneiro da literatura latino-cristã e teve um papel importante na Igreja Católica ocidental. Seus escritos apresentam um zelo pastoral muito lúcido e contêm inteligentes decisões. Seus tratados incluem "De Catholicae Ecclesiase Unitate", sobre a natureza da unidade da Igreja, o "De Lapsis" sobre as condições que os cristãos poderiam retornar a Igreja e a fé, e "Ad Quirinam" uma compilação de textos bíblicos.
Uma de suas máximas era: "Você não pode ter Deus por seu pai, se não ter a Igreja como sua Mãe".

Santos Maurício e Companheiros
22 de Setembro
Mártires pelos meados do século III, Orígenes escrevia que os novos recrutas do cristianismo provinham das classes populares, de modo especial, «entre os tecelões e sapateiros populares». Mas também as famílias da burguesia provincial forneciam à religião de Cristo novos fiéis: advogados, magistrados, funcionários imperiais e legionários engrossavam as fileiras do cristianismo. A presença dos cristãos na milícia desmentia a suspeita de que eles não fossem bons cidadãos, embora alguns deles praticassem a objecção de consciência, quando se tratou, como no caso de Maurício e companheiros, pertencentes à legião tebana, não de defender o império dos seus inimigos, mas da própria fé no único Deus, recusando um sacrifício aos deuses, equivalente à apostasia. A mentalidade cristã não podia naturalmente coincidir com a pagã. Embora respeitando as leis e sendo leais ao império, não punham a pátria terrena acima de tudo. Um certo desinteresse pela extensão do império foi frequentemente trocado pela aversão e punido com extremo rigor. A prova disso é o episódio que tem como protagonista Maurício, Exupério, Cândido e todos os seus co-milicianos cristãos, submetidos à flagelação e depois decapitados por se recusarem a prosseguir contra a Gália numa expedição que iria punir os cristãos ou (conforme outra narração) por se recusarem a sacrificar aos deuses antes de marchar contra os rebeldes bagaudi. A primeira versão é tirada da Paixão dos Mártires, escrita pelo bispo de Lion, Euquério, em 450. Segundo esta narração Maurício e companheiros pertenciam à legião tebana, que Maximiano Hércules, associado ao governo em 286 como colega do imperador Diocleciano, tinha transferido com outras tropas da África rumo a Gália para barrar a difusão do cristianismo. Chegados em Agaunun (atual S. Maurice, no Valese), junto a Martigny, Maurício e companheiros não quiseram prosseguir por uma razão muito compreensível. Maximiano, após ter feito aplicar aos revoltosos uma humilhante flagelação pública, por dizimação, não tendo conseguido dobrar-lhes a obediência, fez decapitar a legião toda (milhares de soldados; segundo a paixão, talvez seis mil, é mais provável que tenha sido uma coorte). Não obstante o juízo contrastante dos estudiosos sobre a Paixão escrita pelo bispo Euquério, existem testemunhos muito antigos do culto dos mártires de Agaunum, onde as escavações efectuadas em 1893 descobriram os restos de uma basílica primitiva do século IV.

Santa Josephina Bakhita
1 de Outubro
Nascida no ano de 1868 em Oglassa, Darfur, Sudão. De uma família Sudaneza rica, ela foi sequestrada por mercadores de escravos com 9 anos e, após torturada, foi dado o nome de Bakhita (que significa a "afortunada") pelos mercadores e vendida no mercado de El Obeid em Khartoun. Finalmente comprada em 1883 por Callisto Legnani, cônsul italiano que planejava libertá-la. Ela acompanhou Legnani a Itália em 1885 e trabalhou para a família de Augusto Michieli como babá. Ela foi muito bem tratada pelos italianos e passou a amar a Itália com sua pátria. Convertida já adulta, ela entrou para a Igreja em 9 de Janeiro de 1890 e tomou o nome de Josephina como um símbolo de sua nova vida.
Ela entrou para o Instituto das Filhas de Caridade de Canossiano, em Veneza em 1893 tomando seus votos em 8 de Dezembro de 1896 em Verona e servindo como freira pelos próximos 50 anos. Sua presença gentil, sua voz amável, seu calor humano, e sua obstinação e vontade em ajudar qualquer tarefa que confortasse os pobre e os sofredores que iam a porta do Instituto, a fizeram famosa em pouco tempo. Quando sua biografia foi publicada em 1930 várias pessoas iam procurá-la para fizerem seus discursos e sermões para arrecadar fundos para as missões.
Faleceu em 8 de Fevereiro de 1947 de causas naturais na Itália.
Foi beatificada pelo Papa João Paulo II em 1992 e canonizada em 1 de Outubro de 2000 também pelo Papa João Paulo II na Basílica de São Pedro em Roma embora fosse uma santa originária do Sudão.
Foi indicada padroeira do Sudão.

São Benedito, o Mouro
5 de Outubro
Um escravo negro, que é o padroeiro dos Afro-americanos e dos negros.
Nasceu em Filadelfo, perto de Messina, na ilha de Sicília, Itália, por volta do ano de 1526. Os pais eram de origem escrava e descendência de negros etíopes ou de mouros do norte da África, daí o fato de ser chamado de Benedito, o Negro ou o Mouro.
O seu amo o libertou e ele passou a viver numa ermida em Montepellegrino, eventualmente passou a ser o superior de um grande grupo de reclusos. Quanto as ermidas foram extintas pelo Papa Pio IV (1550-1565), Benedito entrou para a Ordem dos Franciscanos como irmão. Com o tempo devido aos seus méritos foi indicado superior do monastério apesar de ser analfabeto. Mais tarde tornou-se Mestre graças aos seus grandes esforços para superar suas deficiências educacionais e culturais. O seu grande amor a São Francisco de Assis e seu exemplo de caridade, fez com fosse eleito superior do monastério em 1578, onde impôs uma estrita observância de pobreza e caridade. Diz a tradição que ele tinha ajuda de um anjo que o ensinava, pois foi um excelente dirigente do monastério e além disso os milagres a ele atribuídos conquistaram um aumento enorme nas visitas as mais variadas (de monarcas a mendigos) ao monastério.
Quando veio a falecer, de causas naturais, em 1589 o Rei Felipe III da Espanha mandou erigir uma tumba especial para ele, um simples frade.
A tradição diz que quando suas relíquias foram transladadas, anos depois, seu corpo estava incorrupto.
Sua devoção é muito grande na Venezuela, Uruguai e Argentina e em Buenos Aires tem um santuário e um bairro com seu nome. Na Espanha é venerado na paróquia de Santiago de Redondela (Galícia).
Ele foi canonizado em 1807.

Santo Elesbão
27 de Outubro
Imperador negro da Etiópia. Elesbão, um rei, o qual conta a lenda, derrotou um príncipe árabe. A iconografia serve de enorme fonte de formação de identidade étnico-religiosa, levada adiante pelas irmandades de Nossa Senhora do Rosário: o triunfo de um rei negro sobre um príncipe branco. Popular entre todos. Popular entre os negros. Santa Ifigênia era uma princesa de Noba, parte da antiga Etiópia. Foi convertida por São Mateus, martirizado pelo rei. Ao lado havia o reino da Abissínia, liderado por Elesbão, cristianizado e depois canonizado. Daí a origem da devoção conjunta aos dois santos: Ifigênia e Elesbão.

São Frumêncio
27 Outubro
Frumêncio é o nome do primeiro bispo missionário da Etiópia, e na sua história há coisas incríveis. No tempo do imperador Constantino um velho preceptor, chamado filósofo pelo próprio Rufino, voltava a Tiro de uma viagem à Índia, costeando as margens da África. Acompanhavam-no dois jovens discípulos, Edésio e Frumêncio. Durante uma parada no porto de Adulis, junto a Massaua, um grupo de etíopes assaltou a embarcação matando todos os passageiros com exceção de Edésio e Frumêncio. Conta-se que no momento do massacre os dois meninos estavam à parte, debaixo de uma árvore, enlevados na leitura de um livro. Conduzidos como escravos à corte de Axum, tornaram-se benquistos pelo rei que os conservou no seu serviço, Frumêncio como secretário e Edésio como copeiro.
Com a morte do rei, aguardando que o herdeiro se tornasse maior, o poder foi exercido pela rainha, que tinha confiado a Frumêncio a educação do futuro rei. Foi nesse período que ambos, entrando em contato com comerciantes greco-romanos, obtiveram da rainha a licença para erguer uma igreja próxima ao porto. Essa foi a primeira semente do cristianismo, que teve rápido desenvolvimento. Edésio e Frumêncio pediram e obtiveram do novo rei a licença de voltar à pátria. O primeiro foi a Tiro, onde encontrou Rufino, o futuro historiador, a quem contou sua história. Frumêncio foi para Alexandria do Egipto para aí encontrar o grande bispo Atanásio e propor-lhe enviar-lhe à Etiópia um bispo e um grupo de missionários. Atanásio escutou com vivo interesse a sua história, depois decidiu consagrar bispo o próprio Frumêncio e mandá-lo de volta a Etiópia com alguns missionários.
Frumêncio foi acolhido cordialmente pelo amigo rei Ezana, que foi um dos primeiros a aderir ao Evangelho e com ele a maior parte dos seus súbditos. Frumêncio, chamado pelos etíopes de ABBA SALAMA, portador de luz, foi enumerado entre os maiores missionários cristãos e um dos mais felizardos semeadores da Boa Nova, se considerarmos a extraordinária colheita que produziu no decorrer dos séculos aquela semente de amor aos estudos.
Se Frumêncio não tivesse se separado, em companhia de Edésio, para ocupar na leitura o tempo em que aguardava no porto de Adulis, provavelmente teria sido morto a espada pelos negros que tinham assaltado o navio estacionado e não teria podido levar a mensagem evangélica a uma população, a etíope, que lhe teria sido fiel também na tempestade islâmica no século VII.

São Martinho de Lima
3 de Novembro
Com "orgulho santo" celebramos a santidade de vida de um santo do nosso chão latino-americano. São Martinho nasceu no Peru em 1579, filho de um conquistador espanhol com uma mulata panamenha. Grande parte da sociedade de Lima não diferenciava tanto da nossa actual, pois sustentava a hipócrita postura do preconceito racial, por isso Martinho sofreu humilhações por causa de sua pele escura. Aconteceu que São Martinho não foi reconhecido portador de sangue nobre e nem precisava porque foi educado cristãmente pela mãe e assim descobriu com a vida que o "aspecto mais sublime da dignidade humana está na vocação do homem à comunhão com Deus" (Catecismo da Igreja Católica). Com idade suficiente, São Maritinho, homem cheio do Espírito Santo e de obras no Amor, conseguia servir a Cristo no próximo, primeiramente pela suas diversas profissões (barbeiro, dentista, ajudante de médico), e mais tarde amou Deus no outro e o outro em Deus, como irmão da Ordem Dominicana. Mendigo por amor aos mendigos, São Martinho de Porres, ou de Lima, destacou-se dentre tantos pela sua luta contra o Tentador e a tentação, além da humildade, piedade e caridade. Sendo assim, Deus pôde munir Martinho com muitos carismas como o de cura e milagres sem que estes o orgulhasse e o impedisse de ir para o Céu onde entrou em 1639.

São Mennas do Egipto
11 de Novembro
Provavelmente nasceu no Egipto. Todas as representações dele sempre o apresentam acompanhado de dois camelos, pois deve ter sido um condutor de camelos antes de se alistar no exército romano. Ele também era um cristão. Quando sua legião chegou em Frígia, as perseguições do imperador Diocleciano começaram. Mennas desertou do seu posto de modo a escapar da morte e se escondeu em uma caverna na montanha.
Mas como cada vez mais e mais cristãos eram assassinados por ordem dos editos de Diocleciano, Mennas decidiu que deveria fazer uma profissão pública da sua fé. Ele, cuidadosamente, escolheu o momento. Durante os jogos anuais na arena na Frígia, Mennas, repentinamente, apareceu diante dos espectadores e anunciou que ele era um cristão. Consequentemente, foi torturado e açoitado para renunciar a sua fé, mas como não o fez foi decapitado. Diz a tradição que seu olhos foram arrancados e sua língua e mãos cortadas, o que provocou sua morte por esgotamento. Para a surpresa de todos, no dia seguinte, estavam, milagrosamente restauradas tai partes de seu corpo e este fato provocou a conversão de Hermógenes. O procônsul encarregado do martírio, furioso ordenou então que fosse decapitado, isto em 303 d.C..
Após a sua morte, o corpo de Mennas foi levado de volta ao Egipto para ser enterrado.
O templo dele em Karm Abu Mina ao sudoeste de Alexandria e Lago Mareotis, a beira do deserto da Líbia, onde as ruínas de uma igreja e antigas peças de honrarias a São Mennas podem ser encontradas até hoje. Ele foi muito venerado na idade média e ainda hoje é considerado um dos grande santos do Egipto.
Na arte litúrgica da Igreja, ele é mostrado como um jovem cavaleiro com uma alabarda. Outras vezes ele é mostrado sem os olhos e com suas mãos cortadas, mas sempre tendo ao lado dois camelos. Ele é o patrono dos andarilhos e daqueles que são falsamente acusados.
Sua festa é celebrada no dia 11 de novembro.
Não deve confundi-lo com Santa Menna.

São Serapião da Alexandria
14 de Novembro
Entre os primeiros companheiros do patriarca São Pedro Nolasco, assinalou-se Serapião, pela extraordinária santidade de sua vida. Foi Serapião “ínclito e religiosíssimo frade da Ordem das Mercês, exemplo de admirável santidade e virtude, de grande abstinência e oração, dedicado com prodigioso ardor à redenção dos cativos” (P. Zumel.). Na África terminou sua vida em bárbaro martírio a que o submeteu o rei maometano da Argélia. São Serapião é invocado nas doenças corporais. Com muitos milagres em favor dos seus devotos, provou sua grande amizade e crédito com Deus.

Gelásio I - Papa
21 de Novembro
Diz-se que Gelásio era africano, mas parece que nasceu em Roma e pertenceu ao clero romano. Foi eleito papa em 492, durante um período bastante difícil da história da Igreja, tanto no Oriente quando no Ocidente, agravado pelas relações tensas entre Roma e Constantinpla. Seu pontificado durou apenas quatro anos e meio. Gelásio demonstrou ser um líder vigorosamente ativo e capaz, um sustentáculo da primazia da Sé romana e da subordinação do poder temporal ao poder espiritual. Legou uma colecção de cartas e artigos escritos por ele, mas os dois documentos mais conhecidos que levam seu nome não são de sua autoria: o missal Sacramental gelasiano certamente incorpora algumas de suas reformas litúrgicas, mas parece não ter nada a ver com o complexo documento chamado Decreto gelasiano.

Santa Catarina de Alexandria
25 de Novembro
Nascida em Alexandria no Egipto recebeu uma ótima formação cristã num tempo em que ser cristão era ser candidato(a) ao martírio. Conta-se que Santa Catarina de Alexandria apresentou-se em nome de Deus diante do perseguidor a fim de protestar os injustos massacres dos cristãos e demonstrar a irracionalidade e inutilidade da idolatria. Catarina, conduzida pelo Espírito Santo e com sabedoria, havia conseguiu demonstrar a beleza do seguimento de Jesus na sua Igreja. O Imperador convocou seus filósofos que além de se contradizerem, curvaram-se para a Verdade e converteram-se ao Cristianismo, isto tudo para a infelicidade do terrível imperador. Mortos os filósofos, por darem testemunho, mais tarde nossa irmã Santa Catarinha foi provada na dor e aprovada por Deus no martírio onde foi decapitada por volta do ano 305.

São Melquíades
10 de Dezembro
O papa São Melquíades era originário da África e foi o sucessor de Santo Eusébio, em 311, quando Máximo era imperador romano. Em 312, Constantino subiu ao trono, oficializando a prática da religião cristã. Foi um tempo de expansão do cristianismo. São Melquíades trabalhou intensamente para recuperar os bens da Igreja, que haviam sido confiscados durante a perseguição. Zelou também pela integridade da fé cristã, ameaçada pelas heresias de Donato e de Ceciliano. Para pôr fim às dissenções internas da Igreja, convocou um concílio em 313, onde procurou a reconciliação e a união dos corações divididos. Santo Agostinho o chamou de "filho da paz e pai dos cristãos". Morreu no dia 10 de Janeiro de 314 e foi enterrado no cemitério de São Calisto. Oração Prece pela humanização plena Deus, nosso Pai, ajudai-nos a cumprir os nossos deveres, para que possamos exigir o cumprimento dos nossos direitos. Cresce, a consciência da dignidade exímia da pessoa humana, superior a todas as coisas. Seus direitos e deveres são universais e invioláveis. É preciso portanto que se tornem acessíveis ao homem todas aquelas coisas que lhe são necessárias para levar uma vida verdadeiramente humana. Tais são: alimento, roupa, habitação, direito de escolher livremente o estado de vida e de constituir família, direito à educação, ao trabalho, à boa fama, ao respeito, à conveniente informação, direito de agir segundo a norma reta de sua consciência, direito à proteção da vida particular e à justa liberdade, também em matéria religiosa. Portanto, a ordem social e o seu progresso devem ordenar-se incessantemente ao bem das pessoas, pois a organização das coisas deve subordinar-se à ordem das pessoas e não ao contrário (Gaudium et Spes, 279ss.).

Bispo São Fulgênio
30 de Dezembro
Fulgêncio nasceu em 467, de família romana em Cartago, era um homem de grande cultura teológica e humanística, que ao amor do estudo unia a prática da ascese cristã. Após ler os comentários de Santo Agostinho sobre o salmo 36, orientou-se decisivamente à austeridade e à procura da solidão. Tentou mesmo ir ao encontro dos monges egípcios, mas o navio que o transportava teve de ancorar em Siracusa. Foi ordenado sacerdote, e logo depois recebeu a notícia que ele estava entre os candidatos ao episcopado, ele foi se esconder em um lugar remoto até que soube que todos os bispos tinham sido consagrados. Quando voltou, foi consagrado, e o rei Transmundo o mandou para o exílio, juntamente com outros 59 bispos. São Fulgêncio escreveu algumas questões para os teólogos, e redigiu alguns tratados. Após a morte de Transmundo, em 523, os bispos puderam voltar do exílio. Faleceu em Ruspe, a primeiro de Janeiro de 532, aos sessenta e cindo anos, rodeado de sacerdotes, e após ter distribuído seus bens aos pobres.

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Santa Efigénia
Segundo uma piedosa tradição, Santa Efigénia teria sido filha do rei da Etiópia, Eglipo, e da rainha Ifianassa. Esta ilustre família real etíope teria também sido convertida pelo apóstolo Mateus. Quando o rei Eglipo morreu, o príncipe reinante quis casar com Efigénia. Desejando entregar-se inteiramente a Deus, ela recusou tal pedido. Inconformado, o príncipe pediu que São Mateus intercedesse junto à princesa para que reconsiderasse o seu pedido. O apóstolo recusou-se terminantemente a fazê-lo. E não somente isso. Numa grande solenidade, consagrou Efigénia a Deus juntamente com suas companheiras. O príncipe mandou executar São Mateus. Efigénia, entristecida, vendeu todos os seus bens e mandou construir um sumptuoso templo em honra do Apóstolo. O Martirólogo refere-se à ela dizendo: Na Etiópia, Santa Efigénia, virgem, baptizada e consagrada a Deus pelo bem-aventurado Mateus, apóstolo, acabou santamente os seus dias.

Santo Antônio de Categeró
Nasceu o nosso Santo de pais infiéis, maometanos, perto da cidade de Barca na África. Deportado para a cidade de Noto, na Sicília como prisioneiro, foi vendido a João Landavula que fez de Antônio pastor de seus grandes rebanhos. Convivendo com os cristãos, compreendeu o erro em que vivia na religião de Maomé e pediu para ser baptizado, tendo recebido o nome de Antônio. Uma nova vida começou para Antônio, agora feito cristão e seguidor de Cristo. Inimigo dos vícios e do pecado, chegou ao grau heróico das virtudes evangélicas; amava a Deus e ao próximo intensamente. Ajudava aos pobres, tomava conta dos doentes assistindo-os e aliviando suas dores, rezava, trabalhava e fazia penitências. Chorava o tempo passado fora do cristianismo e agradecia a liberdade obtida aperfeiçoando-se na vida religiosa até chegar à santidade. Faleceu no dia 14 de Março de 1549 em Noto e ali foi enterrado na Igreja de Santa Maria de Jesus. No dia 13 de Abril de 1599, 50 anos depois de sua morte, aberto o seu sepulcro, foi encontrado o seu santo corpo íntegro. Inúmeros os milagres que Deus operou por sua intercessão. Quem experimentou o seu patrocínio, sabe que nenhum pedido de graça a ele feito fica sem resposta.

fonte do calendário de santos negros e africanos: http://www.santaluzialimeira.com.br/